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Foto: Folhapress |
Esta terça-feira (6) é marcada
por notícias nada positivas para o bolso dos pernambucanos - aumentos nos
preços do gás. O Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), mais conhecido como gás de
cozinha, será comercializado com aumento de 8,5% em relação ao preço do último
reajuste, em julho. Com mais esse aumento, o valor do botijão de 13 kg passa a
ser vendido nas refinarias por R$ 25,07 e pode chegar ao consumidor final por
até R$ 75, segundo uma fonte consultada pela reportagem. Já o Gás Natural (GN),
usado tanto como alternativa à gasolina no abastecimento de carros, quanto como
substituto do gás de cozinha, sofreu um reajuste médio de 10,35%. Nos dois
casos, a aplicação do reajuste tem efeito imediato.
No caso do GN, a alta já está
sendo repassada aos consumidores, sejam eles industriais, residenciais ou
veiculares, visto que o aumento está em vigor desde o dia 1º, quando a Agência
de Regulação de Pernambuco (Arpe) autorizou a Copergás a recompor a sua tarifa
média diante do “aumento no custo de aquisição do gás natural, determinado pela
Petrobras para o período de 1º novembro de 2018 a 31 de janeiro de 2019”, que
foi de 11,7%. “O valor do gás natural é reajustado a cada três meses, segundo a
política de preços da Petrobras. O que fizemos foi autorizar a Copergás a
repassar esse aumento no preço do gás", afirmou o diretor de regulação
econômica-financeira da Arpe, Frederico Maranhão.
A alta, porém, varia segundo o
uso do combustível. O Gás Natural Veicular (GNV), que ganhou milhares de novos
consumidores por conta da alta da gasolina, por exemplo, teve um reajuste de
10,93%. Com isso, o metro cúbico (m³) do GNV passou de R$ 2,59 para R$ 2,69. E
os usuários já sentiram a alta. O motorista de aplicativo Joabe Lima, por
exemplo, está gastando R$ 20 a mais por dia em combustível. “Eu abastecia duas
vezes por dia. Mas, agora, são três”, disse.
Já os consumidores
residenciais que usam o gás natural no lugar do gás de cozinha sentiram um
aumento que varia de 4,3% a 7,23%, de acordo com a quantidade de gás usada
mensalmente. Usuários da indústria, comércio e setor de serviços tiveram um
reajuste que vai de 9,7% a 11,59% nos estabelecimentos de grande porte e de
3,55% a 8,05% nos de pequeno porte. “A vantagem diante do gás de cozinha já
chegou a ser de 40%, mas hoje a diferença caiu para 10% a 15%”, calculou o
diretor da Tendência Administração de Condomínios, Sergio Romeiro, admitindo
que isso deve impactar os custos dos condomínios com gás encanado.
Já nas indústrias, o reajuste
pode até retardar um pouco mais a recuperação do setor. “O mercado ainda está
em recessão. E muitas empresas já fecharam os contratos de preços do fim do
ano. Por isso, muitas não terão condições de repassar esse custo para o
consumidor. Elas vão absorver mais essa despesa e isso agrava as dificuldades”,
explicou o presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe),
Ricardo Essinger.
Enquanto os efeitos do aumento
do gás natural já são visivelmente percebidos pelos pernambucanos, a partir de
hoje são os consumidores de botijões de gás de cozinha que vão sentir o
aumento, o segundo seguido em três meses. “Os revendedores não trabalham com
estoque, mas com compra diária. Ou seja, se compram hoje das distribuidoras com
aumento, já vendem ao consumidor final com o aumento”, explica o presidente do
Sindicato dos Revendedores de Gás Liquefeito de Petróleo de Pernambuco
(Sinregas-PE), Ailton Júnior.
Em nota, a Petrobras reafirma
que o novo reajuste no valor do GLP se deu por conta da desvalorização do real
frente ao dólar e às elevações nas cotações internacionais do gás.
Este é o segundo reajuste da
tarifa média da Copergás no ano - o primeiro foi em fevereiro. Mesmo assim, a
Arpe garante que, apesar das queixas do consumidor, o reajuste estadual está
abaixo dos aumentos impostos pela Petrobras. “Em 1º de fevereiro, a Petrobras
aumentou em 6,05% o preço às distribuidoras. Em 1º de maio, aumentou 4,82%. Em
1º de agosto, 11,7%. Em 1º de novembro, 11,7% novamente. No acumulado do ano, o
aumento já é de 38,7%. Só que a Arpe não autorizou o repasse do custo pela
Copergás em maio e em agosto. Autorizamos um reajuste de 10,35% agora e de
5,39% em fevereiro. Por isso, no ano, o aumento médio foi só de 16,3%”,
calculou Frederico Maranhão, explicando que, para isso, a Copergás reduziu sua
margem financeira.
Fonte: Folha PE.