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65% das famílias estão endividadas no Brasil, percentual é maior que 2018

65% das famílias estão endividadas no Brasil. Imagem: Trovo Academy

Mais da metade da população brasileira está endividada. Até novembro de 2019, 65,1% das famílias relataram possuir algum tipo de dívida, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). No mesmo período do ano passado, o indicador era de 60,3%. O cartão de crédito foi apontado em primeiro lugar como um dos principais tipos de dívida por 78,8% das famílias, seguido por carnês e financiamento de carro.


A economista da CNC Marianne Hanson explica que estar endividado não significa inadimplência. “O crédito possibilita que muitas famílias tenham acesso ao consumo de bens e serviços que não conseguiriam pagar a vista e dos quais precisam imediatamente. Também há famílias que concentram os gastos no cartão. Logo, estar endividado não é a mesma coisa que estar inadimplente”, explica. “As dívidas com cartão de crédito vêm aumentando porque ele está substituindo outras formas de financiamento. O acesso fácil ao crédito e às opções de parcelamento são mais viáveis para muitas famílias”, indica a economista.


As elevadas taxas de juros do cheque especial também são o motivo de grande parte das dívidas acumuladas pelos consumidores. Até outubro deste ano, os débitos no cheque especial de pessoas físicas somavam R$ 26,53 bilhões, enquanto as dívidas de pessoas jurídicas nessa modalidade eram de R$ 10,06 bilhões. Os juros do cheque especial para pessoas físicas variam de 1,52% a 15,92% ao mês, ou 19,79% a 488,84% ao ano, segundo o Banco Central (BC). Atualmente, entre pessoas físicas e jurídicas, o cheque especial é utilizado por 81 mil clientes bancários.


Dívida Pública Federal cai para R$ 4,12 trilhões em outubro, diz Tesouro

Nesta semana, o Banco Central limitou os juros do cheque especial a um teto de 8% ao mês e decidiu que os bancos vão poder cobrar uma tarifa mesmo de quem não usa, mas pretende manter aberta a linha de crédito. Isso significa que, a partir de 1º de junho, para ser obrigado a pagar essa tarifa basta ter um limite de cheque especial acima de R$ 500. Ou seja, mesmo que a pessoa não utilize o cheque especial, o banco poderá cobrar uma taxa. Apenas clientes que tiverem até R$ 500 de limite serão isentos.

Por mais que ofereça imediatismo de uso, cheque especial, explica o professor do Departamento de Ciências Contábeis, Jomar Miranda, deve ser evitado ao máximo por pessoas que são desorganizadas financeiramente. “Caso não tenha outra saída, o ideal é ficar com o dinheiro o menor tempo possível e procurar taxas menores, além de preferir o rotativo ao invés do parcelado”, explica. Segundo o professor, pessoas que controlam as finanças pessoais e possuem conhecimento sobre o que realmente precisam consumir normalmente não pegam o especial, e preferem se planejar.


Planejamento


Uma rota de fuga do cheque especial é o bom uso do cartão de crédito. No parcelado — que divide o total da fatura — as taxas de juros para pessoas físicas vão de 3,03% a 16,08% mensais, ou de 43,05% a 498,31% ao ano. Já no crédito rotativo para pessoas físicas os juros são maiores: de 0,68% a 19,93% por mês, equivalentes a 19,99% e 790,53% ao ano. O rotativo permite que, caso o cliente não pague a fatura, o débito passe para o mês seguinte com juros sobre o saldo devedor.


Quando bem utilizado, o cartão de crédito permite que o consumidor planeje a compra de bens duráveis e tenha acesso a uma linha de crédito rápida, além de oferecer outras vantagens. Até o final do ano passado, havia 98,7 milhões de cartões de crédito ativos no país. Em outubro de 2019, o saldo dos débitos para pessoas jurídicas era de R$ 11,30 bilhões e o de pessoas físicas alcançava R$ 251,29 bilhões, segundo o BC.


O cartão de crédito oferece a possibilidade de parcelamento sem juros, que pode ser melhor aliado do que o cheque especial em situações de emergência. Além disso, os programas de milhas e pontos que alguns bancos oferecem permite ao cliente obter passagens aéreas, hospedagens, produtos e outras vantagens, sem colocar a mão no bolso. Os pontos são acumulados ao longo do tempo, mas têm prazo de validade que costuma ser por volta de 2 anos. Caso não sejam resgatados, os pontos expiram. Outra vantagem de alguns cartões são os descontos em lojas, restaurantes, cinemas e serviços de empresas parceiras.


Vantagens


De acordo com coordenador do MBA em Gestão Financeira da Fundação Getulio Vargas (FGV), Ricardo Teixeira, mesmo com as facilidades, o cartão de crédito deve ser utilizado com atenção. “Utilizar o crédito com planejamento e com o dinheiro reservado para as parcelas é a melhor alternativa. Isso porque fazer uma compra e deixar o dinheiro rendendo pode gerar uma pequena vantagem financeira”, afirma. No entanto, Teixeira alerta que não é apropriado ultrapassar a renda mensal em gastos no cartão, pois, em caso de atraso no pagamento, os altos juros e outros encargos podem virar uma bola de neve muito difícil de quitar.


O aposentado Carlos Costa 57, conta que precisou utilizar o cheque especial e demorou mais de dois anos para conseguir pagar todos os juros. Depois disso, deixou de usar a modalidade e aderiu ao planejamento financeiro. “Todo início de mês vejo quais seriam os gastos e me planejo. Uso o cartão de crédito para a compra de coisas mais caras, que não cabem no salário de um mês, mas que tenho certeza de que vou conseguir pagar em dia”, conta. Ele utilizou de cursos onlines sobre planejamento, para aprender como fazer bom uso do cartão de crédito.

Na internet, é possível encontrar canais no
Youtube, como Nathalia Arcuri (Me Poupe), Thiago Nigro (O primo Rico), Andreza Torres (RicaMente)
e Gustavo Cerbasi que oferecem dicas para uma vida financeira tranquila em vídeos gratuitos.


Dicas para aproveitar melhor o cartão de crédito

» Programe suas compras. Não utilize o cartão como se fosse um segundo salário.

» Antes de comprar, faça as contas. Veja se o valor cabe no seu bolso.

» Ao utilizar o cartão, o valor total da compra não deve ultrapassar o limite de crédito disponível, mesmo que a compra seja parcelada.


» Confira sempre a fatura de seu cartão. Caso não reconheça alguma despesa, entre imediatamente em contato com 

a Central de Atendimento.

» Guarde sempre os comprovantes das compras. Para evitar sustos e não estourar o orçamento, some-os sempre para saber o quanto já gastou no mês.


» Fique fora da bola de neve. Pague o valor total da fatura do cartão no vencimento.


» Se for parcelar, cuidado para não comprometer o orçamento dos próximos meses.


» Em caso de perda ou roubo do cartão, entre imediatamente em contato com a Central de Atendimento.


» Antes de viajar, não se esqueça de avisar o gerente de sua conta. Isto evita possíveis bloqueios do cartão por suspeita de fraude.


Fonte: Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito (Abecs)


Juros do cheque especial para pessoa física nos principais bancos: Banco, ao mês e ao ano:


Santander 14,78% 422,89%

ItaúUnibanco 12,48% 309,91%
Bradesco 12,54% 312,94%
Banco do Brasil 12,02% 290,6%
Caixa 9,42% 194,46%

* em 21 de novembro


Juros do cartão de crédito parcelado à pessoa física nos principais bancos: Banco, ao mês e ao ano:


Santander 7,87% 148,21%

Itaucard 8,49% 165,84%
Bradesco 8,08% 153,93%
Banco do Brasil 7,59% 140,45%
Caixa 8,32% 160,89%

* em 21 de novembro 

Com colaboração e de Catarina Loiola e informações do Banco Central
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