
Foto: REUTERS, Pilar Olivares.
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O governo do
presidente eleito Jair Bolsonaro pretende "arrumar a casa",
controlando a expansão dos gastos com reformas estruturantes para atrair
investimentos, afirmou uma fonte próxima ao futuro ocupante do Palácio do
Planalto.
"O problema maior do Brasil está no
excesso de gastos, então o descontrole do Brasil não está lá fora, está aqui.
São despesas em excesso, obrigatórias e carimbadas", disse à Reuters no
domingo uma fonte próxima ao presidente eleito, que pediu anonimato.
"As despesas previstas na Constituição
são galopantes e crescentes. Uma delas é a Previdência, que vamos atacar. E
ainda tem a máquina do funcionalismo, que é muito cara. É um buraco que só faz
crescer. Por isso a ordem é olhar para o umbigo e arrumar a casa",
acrescentou a fonte.
Na avaliação dessa pessoa, arrumando a casa e
impedindo o crescimento das despesas, naturalmente, haverá um retorno do
investimento no país que vai proporcionar um impulso no crescimento da economia
e geração de renda e emprego.
"Não deixar crescer a despesa é a chave
do negócio. Não vamos deixar crescer no ritmo que vinham crescendo os
gastos", declarou. O caminho para a conter os gastos será a aprovação de
reformas estruturantes como a da Previdência, tributária e outras, avaliou.
No sábado, outra fonte ligada à equipe de
Bolsonaro, disse à Reuters que os integrantes da transição que começam a
trabalhar nessa semana em Brasília, vão mergulhar fundo nos dados do atual
governo para buscar zerar o déficit fiscal já em 2019 e garantir o equilíbrio
fiscal de forma sustentada ao longo dos próximos anos. Especialistas vêem com
ceticismo essa possibilidade.
Sobre a retomada da CPMF, a fonte afirmou que
não há uma posição fechada e que "isso está dando uma confusão
danada".
"O que eu posso dizer é que no governo
(Bolsonaro) não haverá aumento de imposto. O que se fará é uma simplificação de
impostos que são excessivos no país", afirmou.
"Vamos tirar impostos também sobre a
folha de pagamentos das empresas no país", complementou a fonte, ao dizer
que os detalhes ainda estão sendo analisados.
Sobre parcerias estratégicas com outros
países, segundo a fonte, ao contrário do passado recente, quando o país foi
governado pelo PT, as relações serão orientadas obrigatoriamente pelos
interesses econômicos e não por questões ideológicas. Não haverá restrições no
futuro a parceiros comerciais, afirmou, desde que o negócio seja bom para os
dois lados e que não se guie pelo viés ideológico.
"Agora, dizer que não priorizaremos o
Mercosul é fake news", afirmou. "Vamos comercializar sem base
ideológica. Vai ser essa mensagem que vamos dar ao comércio global."
Em declaração na semana passada, o presidente
eleito disse que o Mercosul tem sua importância, mas está supervalorizado e que
seu governo não quer implodir o bloco, mas dar a devida estatura.
Fonte: Investing