
Foto: Blog do Mário Flávio
A Câmara Municipal de Caruaru foi palco nesta
quinta-feira (22) de um grande imbróglio envolvendo a votação de uma emenda do
vereador Fagner Fernandes, para que fosse retirado um valor do orçamento da
publicidade e aplicado na Gerência de Proteção Animal, que segue fechada em
Caruaru. Com 10 votos conta e 13 a favor, a emenda foi rejeitada. Eram
necessários 16 votos favoráveis. O número de parlamentares contrários a emenda
aumentou. O secretário de Planejamento, Rubén Péquio, antes da votação,
explicou de uma maneira técnica detalhes do orçamento e as galerias foram
tomadas de protetores de animais.
Hoje completa 10 meses que a Gerência teve sua clínica
fechada, deixando centenas de cães e gatos, pertencentes a famílias carentes
desassistidos pela prefeitura. Veja como foi a posição de cada Vereador:
Lula Tôrres
O presidente da Casa teve um dos discursos mais duros
contra Fagner. Ele acusou o vereador de jogar para a plateia e garantiu que o
político tinha feito um acordo para retirar a emenda, mas recuou. Lula ainda
disse que Fagner iria ter dificuldades para dormir, após ter acertado a
prefeita Raquel Lyra que iria retirar a emenda. Ele esbravejou e insinuou que o
parlamentar teria usado a votação de forma demagógica.
Fagner Fernandes
Autor da propositura, o vereador rebateu Lula e disse que
não acertou com a prefeita pela retirada da emenda, mas explicou justamente o
contrário a tucana. Ele disse que não poderia recuar com a ideia. Ele ainda
trouxe slides para justificar a emenda e mostrou as condições precárias da GPA
e como o Insituto 4 Patas ajuda com animais de rua. Fagner ainda disse que não
teve nenhuma intenção de falar mal dos colegas da Casa e que foi mal
interpretado, por ter citado o nome dos que votaram contra a emenda, na sessão
passada. Ele chegou a se desculpar no discurso.
Bruno Lambreta
Muito irritado como a questão foi conduzida pelo vereador
Fagner Fernandes, Bruno citou a LOA para jutificar o voto. Ele disse que nesses
dois anos, sempre a Câmara votou a favor da causa animal. Ele lembrou que a
prefeita tem a possibilidade de remanejar 40% do orçamento e pode usar na GPA
ou em outras pautas de interesses da população. Lambreta criticou uma fala de
Fagner sobre os salários da GPA, já que salários não entram na conta orçamentária
do geral, como Fagner explicou nos slides.
Daniel Finizola
O petista defendeu a emenda e lembrou as que ele
apresentou na semana passada e também foram derrotadas. De acordo com Finizola,
a emenda é uma forma de garantir que setores minoritários possam contar com
mais atenção do poder público. Ele ainda subiu o tom das críticas contra o
valor previsto para ser usado em publicidade. Segundo ele, o valor de R$ 8
milhões é alto e citou o exemplo de placas colocadas em vários locais da
cidade, que segundo ele, custam mais que as lâmpadas a que a propaganda faz
referência.
Allysson da
Farmácia
Um discurso em tom de desabafo e direcionado para o autor
da emenda. O político questionou as falas de Fagner e o fato de ele ter citado
no plenário da Casa, o nome da filha de Allysson. Houve ainda críticas a
entrevistas que Fagner concedeu a emissoras de rádio, as quais, teria insinuado
que a rejeição a emenda foi por causa de uma condição de votos para aumentar o
valor do auxílio alimentação dos vereadores para 2019. Ele disse que se
declarou contrário ao reajuste e, por isso, as insinuações não faziam sentido.
Marcelo Gomes
O socialista usou à Tribuna e defendeu os debates sobre a
emenda. Ele lembrou épocas que o orçamento era votado sem debate e que as
atuais discussões eram um avanço para o debate democrático na Casa. Marcelo
criticou “setores” da imprensa que insinuaram voto de alguns vereadores ser
motivado para ter visibilidade, devido a presença das emissoras de TVs na
sessão. Ele não poupou críticas ao governo Raquel Lyra e disse que toda crise gerada
foi motivada por “picuinha” do Executivo, já que as emendas poderiam ter sido
aprovadas e Raquel Lyra iria decidir se usaria os recursos.
Duda do Vassoural
Com um discurso confuso, coube ao vereador Duda fazer a
crítica mais ferrenha a Fagner Fernandes. Ele disse que os investimentos
aumentaram em dois anos no quesito proteção animal, mesmo com o fechamento da
GPA. Apresentou números e em algumas vezes se expressou mal. No entanto, disse
que quando Fagner era gestor da unidade, teve um orçamento de cerca de R$ 200
mil e não usou mais que R$ 40 mil, pedindo explicações da ausência dos
recursos.
Alberes Lopes
O vereador Alberes, líder da oposição, defendeu a emenda
e direcionou as críticas ao poder executivo. Ele criticou a colocação de
publicidades em postes e disse que prepara uma ação contra esse tipo de
exposição. Lopes ainda disse que apoiava as emendas de Daniel Finizola, que
foram rejeitadas na sessão anterior e cobrou mais diálogo do Executivo com a
Câmara.
Leonardo Chaves
O líder do governo votou a favor da emenda, mas a fala
dele chamou atenção. Chaves disse que perdeu uma cadela que criava na última
terça-feira e se emocionou. Após o voto foi aplaudido por todos.