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Leis obrigam bancos a terem vigilantes 24h


Arrombamentos e explosões praticados em bancos em Pernambuco têm levado o poder público a apostar em vigilantes armados dentro das agências no período noturno, como era feito até 2005. A diferença é que, agora, a medida tem a força de leis já aprovadas em, pelo menos, seis municípios de Pernambuco. O mais recente foi Olinda, que determinou a presença desses profissionais nas instituições por 24 horas.


Em Jaboatão dos Guararapes, a matéria já tem 90 dias desde a sanção do Executivo e começará a ser posta em vigor na próxima segunda-feira. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban), porém, vê a determinação com cautela por considerar que, trabalhando em períodos de baixa demanda, os seguranças podem ser alvos fáceis de criminosos, quase sempre equipados com armas mais destrutivas até que as de policiais.

A maioria dos projetos aprovados nas câmaras municipais prevê que os vigilantes fiquem num local seguro da agência e em que tenham acesso a imagens de câmeras. Assim, poderão ver qualquer pessoa que chega ou que estaciona o carro próximo. Os profissionais também poderão acionar um botão de pânico, além de terem contato direto com o batalhão da Polícia Militar mais próximo.

No caso de Olinda, foi estabelecida uma multa diária de R$ 5 mil para instituições que infringirem a legislação, com aplicação em dobro se houver reincidência. Foi determinado o prazo de 90 dias para adequação à matéria, que também vigora sobre cooperativas de crédito.

O diretor de relação de trabalho do Sindicato dos Vigilantes (Sindesv), Marcelo Ramos Silva, exalta a criação de novas vagas no setor - só em Olinda, a previsão é de contratação de mais 30 vigilantes para suprir os horários da noite e da madrugada nas 14 agências do município -, mas também defende a medida no que se refere à seguran­­­ça. 

“De 2005 para cá, os bancos investiram em segurança eletrônica, mas não vimos a criminalidade diminuir. Então, ter seguranças lá dentro por 24 horas é positivo. Não digo que a tecnologia seja ruim, mas há casos de bancos em que o monitoramento do que se passa no Recife ocorre em Brasília. 

Daqui que haja uma comunicação, o criminoso explode o caixa e foge”, afirma.
Em Jaboatão, o autor do projeto que deu origem à lei que vigora no município é o vereador Carlos André, também diretor do Sindesv.

Ele diz que levou a ideia a outras casas legislativas. Paulista, Abreu e Lima, Igarassu e Vitória de Santo Antão já têm leis que regulamentam o assunto, segundo o sindicato. “Em outros locais em que medida igual foi adotada, como o Rio Grande do Sul, esse tipo de crime acabou”, argumenta. 

Em Jaboatão, a expectativa é de que haja 60 novos vigilantes em 29 agências bancárias.

A presidente do Sindicato dos Bancários, Suzineide Rodrigues, diz que todo esforço para melhorar a segurança é válido, embora avalie que há riscos. “O vigilante fica à mercê. É algo que tem que ser muito bem estudado”, afirma.

Em nota, a Febraban disse que a medida “pode gerar problemas adicionais” à segurança e que os vigilantes podem ficar vulneráveis a interessados em roubar seu colete e sua arma. Também citou riscos a clientes num eventual confronto entre seguranças e criminosos. Por fim, ressaltou que todas as agências têm monitoramento remoto, o que permite acionar forças de segurança pública em casos de crimes.

Por Luiz Filipe Freire/Folha PE, Foto: Arquivo Extra
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