Bolsonaro confirmou o acerto. “Dei a minha palavra, só falta a autorização do TSE”. A próxima “janela partidária” está prevista para março, mas o projeto de reforma política que tramita no Congresso poderá antecipar o prazo.
O acordo com o PEN estipulou a mudança de nome do partido para Prona, em homenagem ao médico Enéas Carneiro, deputado recordista de votos que morreu em 2007 aos 68 anos. A alteração na nomenclatura não implicará na refundação do Prona, uma vez que a sigla original de Enéas se fundiu ao PL para criar o Partido da República (PR) em 2006.

Enéas foi três vezes candidato à Presidência da República. Estreou na disputa em 1989, quando ganhou projeção por repetir o bordão “Meu Nome é Enéas” no curto tempo que tinha no horário eleitoral e ficou em 12º lugar. Na eleição seguinte, em 1994, deu um salto e ficou em terceiro, com 4,671 milhões de votos (7,38% do total), atrás de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em 1998, ficou em quarto lugar, atrás dos mesmos FHC e Lula e de Ciro Gomes, hoje no PDT.
Com um discurso conservador em assuntos como pátria, família e costumes – que lembra bastante o ideário de Bolsonaro -, Enéas se elegeu deputado federal em 2002 por São Paulo com 1,57 milhão de votos, recorde que até hoje não foi batido. Ele se reelegeu em 2006.
Bolsonaro afirmou que o PEN aguarda a autorização de uma das filhas de Enéas para dar entrada no processo de mudança de nome. Assim que o TSE permitir a troca de partido, o deputado federal levará para a sigla todos os filhos que ocupam cargos políticos pelo PSC — Eduardo Bolsonaro é deputado federal por São Paulo, Flávio Bolsonaro é deputado estadual pelo Rio de Janeiro e Carlos Bolsonaro é vereador pelo Rio.
A pré-candidatura de Bolsonaro à Presidência foi lançada pelo PSC no ano passado, mas o deputado rompeu com o presidente da sigla, Pastor Everaldo, após as eleições municipais. Bolsonaro ficou irritado com a aliança que o partido fez com o PT e o PC do B para eleger prefeitos no Maranhão.
Antes de acertar com o PEN, o deputado negociou a sua filiação com o PHS, o PSDC, de José Maria Eymael, e o Muda Brasil, um projeto de partido capitaneado por Valdemar Costa Neto.
Via Veja