
Foto: No primeiro julgamento em 2014, durou dois dias e o trio foi condenado pela morte de Jéssica Camila. Fotos: Anaclarice Almeida/DP/D.A Press.
O Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, no Recife, sedia na próxima sexta-feira (23) o julgamento de Jorge Beltrão, Isabel da Silveira e Bruna Oliveira, acusados da prática de dois homicídios qualificados, destruição e ocultação dos cadáveres de duas mulheres na cidade de Garanhuns. Os réus ficaram conhecidos como Trio de Garanhuns após a investigação policial apontar que, além de matar as vítimas, eles teriam consumido partes dos corpos e comercializado carne humana nas cidades de Garanhuns e Caruaru na forma de empadas e coxinhas.
De acordo com o promotor de
Justiça André Rabelo, que vai atuar no caso, um dos focos da atuação do
Ministério Público de Pernambuco (MPPE) será descartar qualquer alegação de que
os réus possuem algum tipo de transtorno de ordem mental ou psíquica passível
de ser utilizado como argumento para afastar, total ou parcialmente, a punibilidade
dos acusados. De acordo com André Rabelo, os três tinham plena consciência dos
seus atos e devem responder por eles perante o Tribunal do Júri.
Desaforamento - o pedido de transferência do julgamento da Comarca
de Garanhuns foi protocolado pela defesa de Isabel em 30 de janeiro de 2018,
com o objetivo de resguardar a segurança da ré e evitar a realização de um
julgamento cujo Conselho de Sentença pudesse ser considerado parcial ou
tendencioso, em razão da comoção social que o crime causou em Garanhuns. No mês
de março, o MPPE se posicionou favoravelmente ao desaforamento do júri, que foi
marcado para a Comarca do Recife.
Em novembro de 2014, após mais
de vinte horas de julgamento, Jorge Beltrão, Isabel Pires e Bruna Silva foram
condenados pela morte, esquartejamento, ocultação de cadáver e prática de
canibalismo contra a adolescente Jéssica Camila, de 17 anos. A filha da vítima,
que estava em poder do trio, na época com dois anos, também teria comido a
carne humana. O crime aconteceu em 2008, em Olinda, e os envolvidos alegaram
participar de uma seita denominada "Cartel". Para eles, a morte
brutal da vítima era uma forma de purificação.
Fonte: Diário de PE