O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e o futuro
ministro da Economia, Paulo Guedes, defenderam nesta terça-feira (6) a
aprovação ainda neste ano pelo Congresso de ao menos uma parte da reforma da
Previdência.
Atualmente, tramita na Câmara uma proposta enviada pelo
governo Michel Temer que prevê idade mínima de aposentadoria de 62 anos para
mulheres e 65 para homens (para trabalhadores do setor público e privado), com
regra de transição até 2042. Há exceções, como nos casos de professores,
policiais e trabalhadores em condições prejudiciais à saúde.
O texto foi aprovado em uma comissão especial na Câmara,
mas não chegou a ser analisado no plenário pela falta de apoio. Por se tratar
de uma mudança na Constituição, precisa dos votos de ao menos 308 dos 513
deputados em dois turnos antes de seguir ao Senado.
"Vamos conversar com o Temer amanhã [quarta-feira,
7]. Tem que sair alguma. Gostaríamos que saísse alguma coisa [ainda neste ano]
e não é o que nós queremos ou o que a equipe econômica quer. É aquilo que a
gente pode aprovar na Câmara e no Senado", afirmou Bolsonaro.
Ele fez a afirmação durante entrevista concedida ao
chegar ao Ministério da Defesa para uma visita ao ministro Joaquim Silva e
Luna. Segundo Bolsonaro, o que será aprovado dependerá da disposição da Câmara
e do Senado.
Nesta segunda (5), em entrevista exibida pela TV
Aparecida, concedida na última quinta-feira (1º), o presidente eleito já havia
falado sobre o mesmo assunto.
Paulo Guedes
O futuro ministro da Economia no governo Jair Bolsonaro,
Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira (6) que aprovar a reforma da
Previdência ainda neste ano seria “um belo encerramento” do governo Michel
Temer.
Ele deu a declaração em entrevista a jornalistas após
participar de cerimônia no Congresso Nacional em homenagem aos 30 anos da
Constituição.
"A reforma da Previdência é algo muito importante e
acho que seria um belo encerramento do governo Temer. Derrubou a inflação, fez
a reforma trabalhista, o teto de gastos e a reforma da Previdência. Em dois
anos, seria um governo interessante", afirmou o economista.
Ele voltou a defender a urgência de se aprovar mudanças
nas regras de aposentadoria e que o Brasil já está “bastante atrasado” nessa
questão.
“Eu acho urgente a reforma da Previdência. Tinha
defendido isso antes de ser convidado a integrar o governo. Há anos que eu falo
sobre isso. Acho que estamos bastante atrasados", disse Guedes.
Forças Armadas
Durante a entrevista, Bolsonaro afirmou que, segundo
Paulo Guedes, as Forças Armadas não terão recursos contingenciados no orçamento
no futuro.
“Segundo Paulo Guedes, não terão mais recursos
contingenciados, segundo o Paulo Guedes, tá ok? Ele que manda na economia”
disse o presidente.
Bolsonaro afirmou que considera justo não contingenciar
recursos do Exército, Marinha e Aeronáutica.
“Nada mais justo, é um reconhecimento às Forças Armadas
não contingenciar recursos que são tratados com tanto zelo por parte deles”,
declarou.
Segundo o presidente, “os militares terão lugar de
destaque” em seu governo. Até quarta-feira, Bolsonaro terá encontros com os
atuais comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica.
Fonte: G1.